A Missão é integral

A missão é integral, mas o termo ainda não é muito íntimo das igrejas locais. Como bem disse René Padilla (teólogo equatoriano que vai ser nosso maior brother durante esse estudo) em seu livro ‘O que é missão integral?’:

Ainda que a expressão “missão integral” esteja na moda, o modelo de missão que ela representa não é recente. Além disso, há muitas igrejas que a praticam sem necessariamente usar a expressão para referir-se ao que estão fazendo. O que aconteceu nos últimos anos foi uma recuperação da perspectiva bíblica segundo a qual não basta falar do amor de Deus em Cristo Jesus: é preciso vivê-lo e demonstrá-lo em termos de serviço.

Muitos a praticam sem nem mesmo conhecer o termo. Quando ouvimos ou citamos o termo “Missão” na nossa comunidade local, o mais comum é a imediata relação com “viagens missionárias”, trabalhos no exterior, em tribos indígenas ou nos rincões do nosso país. Mais recentemente a idéia de “Missões Urbanas” também tem tomado forma com trabalhos evangelísticos em praças, colégios e diversos locais fora do templo. Outro pensamento comum é a idéia do “chamado missionário”: quem tem chamado vai, quem não tem, não vai, e não precisa se culpar por isso. A missão Integral chega afirmando que missão é tudo isso e é pra todo mundo.

Pensando na base da nossa fé, cremos que Deus no criou perfeitos num jardim perfeito, mas pecamos e caímos, destituídos da Glória de Deus pelo pecado. Mas Deus em sua infinita misericórdia nos enviou Jesus, seu filho, que sendo Deus em forma de homem se sacrificou numa cruz para que fossem restituídas todas as coisas. Paulo atesta na carta aos Colossenses:

E que, havendo por ele (Jesus)  feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo TODAS AS COISAS, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. – Colossenses 1:20

Ao reconciliar todas as coisas, ele subiu aos céus, e deixou em nossas mãos a tarefa de continuar construindo seu reino de reconciliação. Religando o homem ao homem, o homem a Deus e o homem a terra. A missão exclusiva da igreja de Cristo é INTEGRAL, trazer uma reconciliação integral entre Deus e todas as coisas. A missão exclusiva é de TODA A IGREJA, o chamado de Cristo é para a construção do reino, e não é exclusivo ou específico de alguns, é de toda a igreja. A missão é EXCLUSIVA da igreja de Cristo pois somos a única instituição capaz de tratar a mente, o corpo e o espírito do ser humano, através da ação social, através do aconselhamento e através de Cristo.

A missão é contextualizada. Somos um país latino-americano vítima do sistema de dependência econômica que gera a desigualdade social em níveis extremos. Convivemos com a miséria, a criminalidade e a degradação das drogas. Vivemos com a corrupção e a injustiça em todos os níveis. Um reino onde Deus reina não aceita tudo isso calado ou de braços cruzados. Construtores do reino onde Deus reina lutam contra toda forma de injustiça.

Essa é a missão, esse é o evangelho todo para o homem todo.

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– Postado por Rods

O jardim sustentável, na fala de Marina Silva

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Assisti hoje a fala da senadora Marina Silva no Fórum Cristão de Profissionais, na IBAB. Num resumo inocente, segue o que ela expôs sobre o tema ‘Fé e sustentabilidade’:

A sociedade está imersa numa CRISE formada por múltiplas crises, dentre elas a crise POLÍTICA e a crise de VALORES são a base negativa. Por valores distorcidos o homem tem destruído o legado de milênios pra se beneficiar por algumas décadas, vivendo num sistema insustentável. 

Salomão pontua em Eclesiastes 4:6 o que é um claro conceito de sistema sustentável: “Melhor ter pouco em uma das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as duas mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento.”

Ainda na Bíblia, quando no deserto, Moisés e o povo hebreu recebiam de Deus o maná, que caia do céu conforme a necessidade deles. Marx popularizou a frase de mesmo sentido: “a cada qual segundo suas necessidades” teorizando uma sociedade comunista sustentável. Para Marina, essa é a essência de um modelo sustentável, uma sociedade que supra a necessidade de todos fazendo uso inteligente dos recursos que tem.

No jardim, Deus deu a Adão DOMÍNIO sobre toda a criação, mas também pediu para MANTER e GUARDAR. As coisas precisam continuar funcionando com esse equilíbrio.

Finalizando ela diz que esse modelo (político, econômico, social) sustentável ainda não existe, e isso não o impede de existir, uma vez que temos a capacidade de acreditar criando. Porém, o modelo só existirá se houver um esforço coletivo. A situação é urgente e pede uma resposta urgente de todas as esferas, e isso, claro, inclui a igreja. Como comunidade influenciadora temos o dever de levar a sério essa questão.

A fala dela é relevante, erudita e altamente inspiradora. Se houver outra exposição dela em SP, vale a pena participar!

– postado por Rods

Uma nova forma de ser humano

“Quanto mais deixamos que Deus assuma o controle sobre nós,
mais autênticos nos tornamos – pois foi Ele quem nos fez.

Ele inventou todas as diferentes pessoas que eu e você tencionávamos ser (…)
É quando me viro para Cristo e me rendo à Sua personalidade que pela primeira vez começo a ter minha própria e real personalidade.” C.S. Lewis

Quando penso nessa frase de Lewis encontro a complexidade nesse se render. Somos sujeitos a inflexibilidade do nosso caráter, sabemos que a mudança é difícil nos outros mas quando se trata de mudar nossa vida, nossos conceitos e qualquer tipo de mudança que inclua a nossa pessoa (individualmente) nos tornamos inflexíveis, imóveis como uma grande pedra.

Ao pensar na palavra “render” temos como vista se desfazer das nossas vontades, mas se fosse só das vontades seria fácil, posso sobreviver sem uma noite de álcool, posso sobreviver sem essa vontade de agredir ao meu irmão. Mas o que Lewis propõe não é algo novo ou diferente do que o próprio Cristo nos desafia a fazer, mesmo conhecendo nossas possíveis dificuldades em aceitar se render ao que o próprio Deus nos criou para sermos.

Um exemplo partindo de Jesus com relação a essa ideia de mudança de “vida”, o que implicaria no resultado de se inclinar para o que o Criador planejou na criação, esta em Mateus 4:19, quando Jesus diz que fará dos irmãos pescadores de peixes outro tipo de pescadores, pescadores de homens. Nós nos deparamos diariamente, a cada segundo, com essa oferta de Jesus “vou transformar você em algo diferente, que você nem mesmo espera, é só me seguir”. Analisando esse acontecimento temos Pedro, pescador, provavelmente uma profissão que aprendeu com o pai, acostumado com o cheiro do peixe e do mar, toda forma de pensar usada para a pesca, na cabeça de um pescador passa a ideia, nasci para pescar e o mar é o meu lugar. Então alguém aparece e propõe algo que ira lhe tirar a única coisa que ele sabe que nasceu pra fazer e a resposta lógica é “não”, mas encontramos totalmente o oposto no versículo 20 temos a seguinte ação “imediatamente eles deixaram as redes, e o seguiram”.

A palavra ‘imediatamente’ é incrível nessa frase, eles não parecem pensar duas vezes ao ouvir o chamado de Jesus, é um simplesmente “larguei o que acreditava ser para me tornar o que realmente nasci para ser”. Vai além de deixar de fazer coisas que dizem que é errado (as vezes você nem sabe porque é errado), vai além de frequentar a igreja todo domingo ou todo dia (pior que as vezes você também não sabe o porque), vai além de seguir algumas regras… é uma mudança completa, é realmente matar o velho homem, para que um novo homem apareça.

Deixe o Deus da redenção, quebrar a sua rotina. Ele tem uma nova forma de ser humano.

-Postado por Thiago

O lugar mais alto que eu quero estar…

É sempre um desafio trazer as impressões de algo vivenciado coletivamente. Precisava de alguma forma, registrar tudo o que experimentamos, desfrutamos e apreendemos nestes 03 dias que passamos juntos. Ainda estou sem voz, mas inspiração não falta, para dar a vez deste texto:

No primeiro dia, mochilas, malas, trânsito e euforia… Gastamos praticamente o dobro do tempo para realizar o percurso até o local esperado. Tipo o povo no deserto sacam? Calor, sem água e uma galera inquieta, desesperada pra chegar na terra no sítio prometido rsrs.

De repente, entre pescadas e cochilos – eis que surge um grito da chegada…

Abraços e saudações fraternas às outras tribos. De agora em diante, estávamos todos no mesmo arraial: membros da Família da Fé de:

São Caetano, Parque São Lucas, São João Clímaco, Santo André, Vila Industrial e Praia Grande.

Hábitos, Costumes, Pessoas, Diversidade…

Claro que isso gera conflitos, divergências e leves estranhamentos. Pensam que é fácil aguentar aquele ronco no alojamento? E aqueles que usavam o banheiro e “esqueciam” de dar descarga? – Sem sombra de dúvidas que coisas assim só aconteciam no Q.G masculino, não é mesmo meninas?!

Contudo, ficou marcado: “Aquilo que no une, é maior que aquilo que nos separa”.

A noção de unidade, logo viria nos receber, desde a primeira manhã. Inesquecível aquela ambiência…

A manifestação do poder de Deus nos conduziu integralmente. O conteúdo das mensagens era acumulativo. Sentia realmente estar sendo alimentado pelo Espírito Santo, que pairava sobre as águas geladas da piscina, sobre as crianças (adolescentes, jovens e adultos) brincando no gira-gira, no futebol da quadra e no campo, no vôlei do gramado…

Na tarde de sexta, o pastor Marco promoveu um bate papo com o tema “Sexo é bom pra cara…”. Iniciativas como esta, são sempre dignas de elogios. Notável a aderência das pessoas que interagiram positivamente – perguntando, argumentando, pensando…

A mensagem noturna era um convite às vestes de santidade. Certamente, a ação do próprio Divino, já sinalizando o que estava pra ser feito naquele lugar. E a festa só estava começando…

A presença de Deus contagiava de forma plena. Confesso que estou até agora sob o efeito das bombas de bexiga d’água. Também não poderia negar: deu medo quando lançaram aquela cortina de fumaça no quarto das meninas. Rsrsrs

Já no fim da tarde, Marco (Brito e suas ideias) me convidou pra fazermos um painel, onde conversamos sobre o “Ser Humano & o Ser Cristão na modernidade”. Penso que o diálogo fluiu… Caso não, estamos abertos às sugestões, críticas, protestos e afins povo…

No culto da noite, o pastor Willian trouxe uma ministração impactante. Após mencionar os frutos do Espírito (Gálatas 5.22), demonstrou numa ação tocante – a importância de nos desarmarmos do nosso Eu, tendo (literalmente) o exemplo da atitude de lavar os pés dos discípulos.

Linda a Lua…

Seguíamos na adrenalina da partida de ping pong. O vôlei noturno e os tantos violões e vozes que louvavam o Eterno em todo o acampamento…

Com a bateria praticamente esgotada, preferi não dormir e comungar com os participantes na vigília. Renovados ficamos! Amor, Poder e mais Dele em nós. O pastor Genival compartilhou a reflexão da madrugada: “Era passado da meia noite”- (confira em Juízes 7) e assim, traçou um paralelo entre o que o Senhor fez com Gideão e o povo quando desceram ao “acampamento”, tocaram as trombetas e “quebraram os jarros”… – tempo do povo se quebrantar…

Adoração com muita qualidade e diversidade nestes dias:

A multiforme Graça configurava a programação. Cada dia, o louvor era conduzido por diferentes pessoas das Comunidades de Fé presentes – ou mesmo um mix disso tudo (Particularmente, achava o “tudo junto e misturado” os mais belos).

O Reverendo Magalhães enfatizou a extrema importância da Unidade no Reino… Não era pra menos: foi essa unidade que proporcionou a explosão de Amor que me deixa até agora pensando:

Meu Deus! Como faremos pra manter isso fora daqui?

Confissão, Adoração, Santificação, Oração, Intercessão, Comunhão, Gratidão, são palavras que me vem à cabeça…

Depois disso, uma divertida caça aos monstros (ou seriam traficantes encapuzados?)  – provas, enigmas, estratégias… Gosto disso! Aprendia com as pessoas e pensava quão difícil é conduzir um rebanho. Era necessário toda hora, apascentar a turminha para que ninguém dispersasse…

Ah, só pra não esquecer: VermelhOoo! VermelhOoo! VermelhOoo!

Outra Lua magnífica…

Numa madrugada de ping pong, espumas e bexigas, além de um luau fantástico que rolava dentro do salão de jogos. Já estávamos sem voz, mas a harmonia permanecia notável – o Criador estava em nosso meio.

Enquanto isso, na mesa de bilhar…

No sábado pela manhã – e não menos surpreendente. Entre o sono nunca compensado e os sonhos que estavam atrasados, fiquei realizado ao ouvir o sermão da manhã. O pastor Claudemir enfatizando que “o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas”. Daí pra frente, despertei – mesmo bocejando infinitamente. O testemunho sincero da Viviane atingia diretamente meu coração. Sem nenhuma dose de sensacionalismo, louvava a Deus emocionado pelo exemplo de superação, de autoestima e determinação – que só no amor de Jesus é possível alcançar. Há milagres que ocorrem na alma e um espírito forte mostra os seus frutos nas ações do cotidiano. Viviane, você me inspira!

Na noite de sábado, o Pastor Gustavo trouxe elementos essenciais para o culto racional e a libertação da nossa mente. Devemos ter a mente de Cristo (vide II Coríntios 11.3), pois, constantemente, são lançadas tentativas malignas de nos atacar: no campo das ideias e mesmo em nossos desejos. Por isso, é imprescindível “pensar sobre o quê estamos pensando”. Lembrei de uma música do Fruto Sagrado que diz: “só Jesus tem o poder de me livrar do quer guardo no porão da minha alma”. Fica difícil descrever o que aconteceu ali… Há anos não presenciava/sentia algo semelhante…

Já era madruga quando fomos dormir – mas não chegamos a ver “o pôr do Sol pela manhã”, se é que me entendem. Soube de um grupo que queria ver o pôr do Sol no começo da manhã. Pode isso? Rsrs

Muitas fotos, brincadeiras, risadas e colchões espalhados – juntava cada vez mais um povo que nunca foi separado. Cheguei a imaginar: talvez essa comunhão seja um ensaio do céu… Viver desta maneira é estar mais próximo da essência da Igreja.

Pra completar a festa: pessoas batizadas com o Espírito Santo recebiam o dom de Línguas (Glossolalia). Glorifiquei… Porém, antes resolvi pedir perdão pela incredulidade, por achar que isso só havia acontecido na Igreja Primitiva. Fui sensibilizado pelo próprio Consolador à recordar que a primeira vez que recebi a experiência de falar em línguas, estava orando no sofá de casa…

Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre! (Hebreus 13.8).

Após tudo isso, almoço. Quase ninguém sabia que tinha macarrão né?

Refazíamos as malas e os preparativos para o retorno, quando alguém apareceu no quarto e gritou:

“Cuidado! Olhem embaixo das camas pra não esquecerem nada!”.

A única coisa que não quero, é esquecer-se dos momentos que vivemos naquele lugar. Nem das pessoas que participaram comigo daquilo que Deus preparou para cada um e cada uma de nós naqueles 03 dias.

Por isso…

O lugar mais alto que eu quero estar…

É prostrado aos teus pés, Senhor!

Galera, muito obrigado… Amo vocês, pela mente, na fé e de coração…

Vinny,

Soli Deo Glória!

Foto: Vinnícius Almeida

Lua de Sábado do Sítio Maranata

Eu abracei um homem de cueca – Versão brasileira

No começo do ano eu postei aqui a ação de um grupo cristão na parada gay americana, e a repercussão foi muito positiva. Mas mês passado, novamente surgiu na minha timeline uma foto que me deixou feliz:

foto por Yohan Ignas

Entrei em contato com o Allison Tavares, de onde veio a foto, e ele me  disse que junto com um grupo cristão de Fortaleza, foi realizada a ação na parada gay da cidade. A experiência foi positiva pra todos os envolvidos, quebrar um muro de distanciamento entre Cristo e as pessoas é necessário! Esses exemplos precisam ser seguidos, e eu fico feliz de ver isso no meu país.

A ação está descrita no blog Evangelho Urbano pelo Yohan Ignas, com uma visão de quem estava lá no meio, vale a pena ler. Mas quero destacar aqui o último parágrafo que ele escreveu:

“Ao ver uma multidão perdida Jesus enxergou a oportunidade de um resgate ao invés de um diagnóstico de condenação. Ele foi para o meio dela e começou a ensinar! Sabendo disso, qual deve ser a nossa postura diante de uma multidão homossexual perdida? Essa pergunta nos leva a uma resposta assustadora, Deus nos quer no meio deles! Assim como nos quer nos meio de varias outras multidões. Nossos esforços em responder porque homossexualismo é pecado não devem ser maior do que nosso empenho de ensinar essa multidão sobre o amor restaurador de Jesus.

 Enquanto não conseguimos formatar nossa resposta em palavras, que tal falar menos e amar mais.”

Que tal amar mais?

Foto por Yohan Ignas

 

– postado por Rods.

Temp(l)os pós modernos

Aristóteles (384-322 a.C.) já dizia em seus esforços do pensar que “é inato ao ser humano o anseio pelo conhecimento”. Prova disto é que somos seres inclinados desde a infância, à formularmos perguntas e buscarmos respostas, sendo que sua curiosidade baseia-se na procura pelo conhecimento. Quem não se lembra do personagem Zequinha do Castelo Rá-Ti-Bum e seus infinitos “porquês”?

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Ao entrar numa livraria, observei a prateleira que exibia os livros em destaque, indicando com placas amarelas os títulos dos “10 mais vendidos”. Sinceramente, prefiro não comentar sobre os tais…

São nítidas as trevas dos tempos (pós)modernos! Era das Luzes? A escassez da falta de respostas para a questão do sentido da existência está tão à tona, que emergem novos templos, altares e monastérios para os deuses desta cultura. Aliás, cultura esta que se denomina superior. Afinal, temos o progresso não?!

“O que era pecado, superabundou (mais ainda) com ações racionalistas e tecnocientíficas”. Baal passou por uma simbiose: incorporou próteses, modernizou o figurino, fez alguns ajustes e está contente com o crescente resultado de suas ações: os humanos adoram tudo! Saber o porquê adoram aquilo é outra conversa… O importante mesmo é exercer a espiritualidade, partilhar da “mística” – (palavra em evidência em alguns arraiais). Hoje, há deuses de ouro, de prata, de bronze, de barro, mas também de plástico, de silicone ou ainda, simultâneos, virtuais… Todavia, a celebridade da vez, a figura emblemática e talvez a de maior influência na sociedade contemporânea, tem sido o deus Mamom. Pois este mesmo deus, mal consegue acreditar como conseguiu atingir tantos fiéis em nossos dias, fazendo uso de uma antiga e pequena frase, proferida há mais de dois mil anos atrás, enquanto tentava Jesus no deserto:

“Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar”.  Satanás, no Evangelho de Mateus 4:9.

Antes se trabalhava para viver. Agora, se vive para trabalhar. Descobrimos a sensação inesgotável no fetiche que cristaliza o prazer da dinâmica do Ter. Com isso, optou-se por um modo de vida que inclina a natureza às necessidades da humanidade de alguns. Nisto, nos esquecemos daquele que tudo criou e passamos então, a desfrutar individualmente do (meu) próprio mundo. Eis o apagamento do Ser.

Holofotes publicitários exibem modelos de pessoas felizes. Claro, embutidos neste mesmo pacote midiático vão: os padrões de beleza, os eventos turísticos e a forma de convívio sempre acentuando que a vida é curta. Por isso: “viver o hoje é o que há!”.

Frustrações intensivas envenenam a alma… O espírito clama por conhecer a Verdade…

Ah, mas isso não importa! O importante mesmo é extravazar! Até porque, não existe uma única verdade, um único caminho e uma única vida. Isso é coisa do pensamento medieval!

Nos livros de autoajuda e nas pseudo-terapias, são disseminadas afirmações que asseguram aos seus respectivos leitores/pacientes que a culpa é algo que escolhemos carregar. O sofrimento? Só tem aquele que decide ter. A maldade está ligada apenas a questões morais. E o pecado? “Uma ideia retrograda que se superou”. Está intrinsecamente engendrado na cultura judaico-cristã. Portanto, é uma palavra para esquecermos.

A filosofia da moda defende que “tudo é relativo”. Existem vários trajetos para um mesmo percurso. As respostas são pragmáticas: 10 passos para… Como conseguir em… Seja o maior…

Não consigo entender “autoestima” com nenhuma destas recomendações. Sobretudo, nunca concordei com essa palavra! Como alguém pode se bastar? Ser feliz por si só?

Dostoiévski diz que “ninguém se salva sozinho”.

A humanidade caminha na construção de templos pós-modernos, ao passo que cada um(a) das pessoas, parecem querer ser o deus de si mesmo(a)s.

Ouço, vejo, presencio cotidianamente pessoas que se prostram a vários destes deuses. O pluralismo, o deus mercado, os dogmas do academicismo e os mandamentos inquestionáveis do secularismo na rotina das universidades. Agora descobrimos que somos livres! Ora, “vivemos numa democracia e aprendemos na faculdade que estamos livres das tradições”.

Estudantes abandonam sua fé por tão pouco…

Recebem, refletem, aceitam de maneira temporal aquelas verdades do sistema de “oferta de sentidos” – detectados pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Remontam sua individualidade. Agora, com aplicativos ideológicos, moldam seu conceito de “verdade”, a partir daquilo que eu penso/acredito.

Agostinho, logo de cara, inicia o primeiro capítulo do livro “As Confissões”, reconhecendo: “Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti”.

A repercussão dos deuses que habitam nos templos (pós)modernos reflete o mal estar da identidade dos humanos e suas profundas consequências existenciais, como: complexos, orgulho, medo, insegurança, frustração(…)

Não precisamos de deuses antigos, nem pré ou pós modernos!

Nossa corpo, alma e espírito clama por aquele que era, antes que tudo viesse a ser. Ele foi, é e sempre será! Dele viemos e para ele iremos… Se o seguirmos. Pois, disse Jesus:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai, a não ser por mim”. – João 14:6

Soli Deo Gloria

– postado por Vinnícius

Jesus > Religião

Um vídeo que repercutiu muito nas internets da vida foi o “Why I hate Religion but Love Jesus” (Porque eu odeio religião mas amo Jesus) do Jefferson Bethke. O cara tem uma pegada hip-hop, se converteu aos 19 anos, viveu a juventude loca e o primeiro amor loco, e condensou o que ele viu num discurso muito relevante.Talvez ele tenha pegado pesado no título, talvez não. O conceito é: Jesus é maior que a religião, a Graça é maior do que as regras, cristianismo não é sobre “o que eu faço” mas sobre o que “Jesus fez”. Assiste ai, pense nisso.

 

 

 

– postado por Rods.

o Face é nóis!

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😉

 

 

Brasil & Chile – Lição de relacionamento

Acho que foi o John Burke, no “Proibida a entrada de pessoas perfeitas”,  que levantou a questão: porque Jesus veio numa época de comunicação tão escassa? Se ele viesse hoje, sua mensagem chegaria no mundo todo em segundos, certo? Mas ele concluiu que Deus quis assim, que a mensagem fosse compartilhada na conversa, no relacionamento. Eu poderia escrever um JESUS TE AMA aqui em letras garrafais, e talvez alguém leia e pense nisso por alguns segundos, mas nem de longe teria a mesma relevância do conselho de um amigo ou do abraço de um brother. E isso eu senti e compreendi de verdade numa experiência que tive esse fim de ano no Chile.

Vista incrível da cordilheira durante o vôo

Doze brasileirinhos pegaram suas férias, um avião e um ônibus e  desembarcaram em La Serena, litoral do Chile, prum trampo missionário com esportes e artes. ESPORTES!  Quatro vezes por semana, aulas de futebol, basquete, vôlei, skate, dança e música. A prefeitura construiu um parque esportivo irado lá, e pouco se usava, até que os missionários José e Greg da Fuego Urbano começaram a promover as aulas, e deu bem certo.

Todo dia a gente jogava com crianças e adolescentes, vários hermanitos y hermanitas, carentes ou não, carinhosos pra caramba, foram muito receptivos. A maioria de nós embromava no portunhol , mas dava pra levar altas conversas. E nessa de jogar junto, brincar, conversar, você vai criando um laço sincerão e você enxerga neles respeito e confiança. No fim de cada aula a gente fazia uma devocional rápida,  e eles recebiam aquela palavra, rindo, agitados ainda pela aula, mas você sabia que eles escutavam, não era um estranho falando, não era uma frase solta, era um brother te dando um toque.

Brasileños y chileños na aula de skate

E nessa de fazer amizade eles nos chamavam pra visitar sua casa, jogar vídeo game, comer, comer e comer, hahaha, comem muito. A gente conheceu mais de perto duas famílias, e em uma dessas casas a mãe se emocionou com algumas lembranças e recebeu, sem ser evangélica, nossa oração, nossa palavra, porque a gente tava se relacionando com seus filhos, de uma forma que ela pouco via naquele lugar.

Marcelo, Dani e os hermanitos que eles conheceram jogo ChileXParaguai

Igreja é isso, relacionamento. Missão é isso. É legal escrever Jesus te ama pra trazer o tema a tona, mas isso pede que sua vida seja um Jesus te ama ambulante, e eu to falando de amor, não de santidade.

O trabalho no Chile, além das aulas, abrangeu cadeias e uma creche, a gente fazia também um culto por semana com o pessoal da quadra. Esse vídeo resume um pouco o trampo lá:

 

Ficamos pouco menos de três semanas em La Serena, e fizemos amizades de verdade, dei uma pimpada de gringos no meu facebook 😉 e converso com eles sempre. Relacionamento. Mark Hall, líder da banda Casting Crowns, disse que O AMOR ABRE CAMINHO PARA VERDADE. É bem isso. Fazer o bem, não importa a quem, com amor, sem interesse, porque isso é Jesus te ama.

¡Saludos!

Saiba mais sobre o projeto Brasil – Chile

– postado por Rods

Eu abracei um homem de cueca

Agora a noite surgiu na minha timeline essa foto:

"desculpe-nos pela forma como a igreja tratou vcs"

e a legenda: Grupo de cristãos foi à parada gay com cartazes dizendo “desculpe-nos pela forma como a igreja tratou vcs”.
Eu pensei CARAMBA, ELES ESTÃO FAZENDO ISSO CERTO! A gente tá cansado de ver grupos cristãos extremistas lá fora protestando contra tudo (tipo Michael Jackson, Madonna e gays) com insultos grotescos muitas vezes, e isso toma a mídia que ganha mais um argumento pra moldar o cristão fanático e intolerante. E é, a igreja é muitas vezes fanática e intolerante, acho que por isso eu fiquei tão feliz com essa notícia aqui.

Em junho de 2011 rolou mais uma Chicago Pride Parade (tipo uma parada gay da gringa), e um grupo de cristãos colou lá com camisetas escritas “I’m sorry” e cartazes  “I’m sorry the way churches have treated you” (me desculpe pela forma como a igreja tem tratado vocês) e tiveram uma experiência de relacionamento com os participantes da parada, abraçaram geral, sorriram, fizeram algo muito mais “cristão” do que julgar e insultar. Nathan Albert (o gordinho abraçando o brother de cueca na foto) escreveu no seu blog sobre o trabalho realizado:

” Eu abracei um homem de cueca. E acho que Jesus faria o mesmo.
[…] nós queríamos ser uma voz cristã alternativa aos portestantes que estavam lá gritando “ódio” no megafone.
O que eu mais amei aquele dia foi quando as pessoas “entenderam”. Eu curti assistir a expressão das pessoas quando viam nossas camisetas, liam os cartazes e olhavam de volta pra gente. As respostas foram incríveis. Alguns nos mandavam beijos, outros vinham nos abraçar, outros gritavam OBRIGADO! Algumas garotas vieram e disseram que fomos a melhor coisa que elas viram durante o dia todo. Eu queria ter contado quantas pessoas me abraçaram. Um cara em particular disse suavemente: Bem, eu perdôo vocês.
Ver as pessoas reconhecendo nossas desculpas me fez chorar várias vezes. Aquilo era a personificação da reconciliação.

[…] infelizmente a maioria dos cristãos não pensariam nem se aquele cara dançando de cueca branca (foto) tem um nome. Bem, ele tem. Se chama Tristan. De qualquer forma, eu acho que Jesus o teria abraçado também. Isso é exatamente o que li nas escrituras: Jesus andando com pessoas que os religiosos fugiriam. Alguma relação entre aquela época e agora? Eu acho que sim.

Eu abracei um homem de cueca. Abracei forte. E tenho orgulho disso. “

Chega de pregar amor e praticar intolerância, chega de julgar julgar julgar antes de amar. Chega de se achar melhor. Passou da hora de sermos mais parecidos com Jesus.

Deixo aqui o meu abraço, esteja você vestido ou só de cuequinha branca 😉

 

– postado por Rods